A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (30), a 9ª fase da Operação Sisamnes, com foco no vazamento de informações sigilosas envolvendo investigados no esquema de corrupção no Judiciário. Esta é a terceira etapa da operação realizada apenas nesta semana.
A nova fase apura como detalhes confidenciais de ações policiais foram ados e, possivelmente, comercializados ilegalmente. O objetivo seria beneficiar alvos já presos nas fases anteriores da investigação, comprometendo o andamento de medidas judiciais.
Autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a ação resultou no cumprimento de três mandados de busca e apreensão em Palmas (TO). Também foram impostas medidas cautelares, como a proibição de contato entre dois investigados e o recolhimento de seus aportes, para evitar fuga e obstrução das investigações.
As apurações também indicam possíveis privilégios indevidos concedidos a um dos investigados já presos, que teria se beneficiado diretamente após o vazamento das informações.
A deflagração desta nova fase ocorre um dia após a 8ª etapa da Sisamnes, que teve como alvo o juiz Ivan Lúcio Amarante, titular da 2ª Vara de Vila Rica (MT). Ele é investigado por venda de sentenças judiciais em troca de propina e por lavagem de dinheiro por meio de empresas ligadas à família.
Por decisão do STF, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão no estado de Mato Grosso, incluindo no apartamento da ex-esposa do magistrado, localizado em um condomínio de alto padrão em Cuiabá.
Além das buscas, o juiz teve bens e valores bloqueados em até R$ 30 milhões, além da apreensão de aporte e proibição de deixar o país. Amarante já estava afastado desde outubro de 2024 por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que nesta semana abriu processo istrativo disciplinar contra ele.
O magistrado agora se junta a outros afastados no mesmo esquema, como os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, investigados por favorecer o advogado Roberto Zampieri mediante pagamento por decisões judiciais.