O casal de 19 e 22 anos, preso pela polícia vai responder pelo crime de tortura após o filho deles, um bebê de 2 meses ser internado com marcas de queimaduras de cigarro, hematomas pelo corpo e orelhas inchadas. O caso aconteceu em Paranaíba, região leste de MS, e veio à tona nesta quarta-feira (11).
Segundo a delegada Eva Maria Cogo, que conduz as investigações, o caso foi registrado como tortura devido à gravidade e à recorrência das agressões. “Fizemos algumas oitivas e notamos que era um caso grave, que estava acontecendo de forma reiterada, razão pela qual a criança ficaria em risco. Por isso, representei pela prisão preventiva”, explicou a delegada.
A criança deu entrada na unidade de saúde do município no dia 3 de dezembro e ficou internada por uma semana. Desconfiados das marcas de violência, os médicos acionaram o Conselho Tutelar, que encaminhou a denúncia à delegacia.
Durante as investigações, os pais apresentaram versões conflitantes. O pai afirmou que as manchas no corpo do bebê haviam surgido há 10 dias, enquanto a mãe disse que apareceram 15 dias antes. O motivo da ida ao posto de saúde também divergiu: o pai alegou que a criança foi levada porque não estava mamando, enquanto a mãe disse que foi por conta da obrigatoriedade de manter as vacinas em dia para receber benefícios sociais.
Ainda segundo a delegada, a mãe relatou que frequentemente percebia manchas vermelhas no bebê ao retornar para casa, mas nunca presenciou o marido agredindo a criança, embora desconfiasse dele.
Um familiar ouvido pela polícia afirmou que, antes do bebê completar 2 meses, já havia notado o rosto da criança vermelho e inchado. “Nunca vi tamanha covardia”, desabafou a delegada Eva Maria ao site Paranaíba Notícia.
O bebê já recebeu alta e está sob os cuidados das autoridades de proteção à infância. Os pais permanecem presos preventivamente e responderão pelo crime de tortura.