A Justiça decretou, no final da tarde desta quarta-feira (2), a prisão preventiva de Oragilda Batista Fernandes, de 29 anos, acusada de atear fogo em um barraco e causar a morte de duas mulheres e uma criança no acampamento indígena Avae’te, em Dourados. O crime ocorreu na madrugada do último domingo (31).
A decisão foi anunciada durante audiência de custódia. Conforme apuração da Polícia Civil, Oragilda estaria alcoolizada no momento do crime e teria agredido primeiro a idosa Liria Isnarde Batista, de 76 anos, utilizando um pedaço de concreto. Logo após, sufocou uma bebê de um ano, que chorava no local.
Segundo a investigação, Oragilda era próxima das vítimas, Liria e Janaína Benites Amarilha, de 36 anos, mãe da bebê. Elas consumiam bebidas alcoólicas juntas desde a noite anterior. Durante a madrugada, após um desentendimento com Liria, Oragilda teria utilizado líquido inflamável para incendiar o barraco onde as vítimas estavam. As três morreram carbonizadas.
Oragilda foi presa em flagrante próximo ao local do crime, na aldeia Bororó. Testemunhas confirmaram que a viram saindo do barraco momentos antes do incêndio começar. A polícia também identificou queimaduras recentes nos braços dela e encontrou uma caixa de fósforos em seu poder.
As investigações afastaram qualquer hipótese de ligação do crime com disputas por terras ou ataques externos. Uma nota divulgada inicialmente pelo Ministério dos Direitos Humanos sugerindo ataque armado foi retirada do ar. Autoridades locais e lideranças indígenas pediram celeridade na investigação e esclarecimento total do caso.