O governo do presidente Donald Trump anunciou nesta terça-feira (8) que começará a cobrar uma tarifa adicional de 50% sobre bens importados da China a partir de amanhã (9). A informação foi confirmada pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, durante entrevista coletiva à imprensa.
De acordo com Leavitt, a medida faz parte da estratégia do presidente para pressionar Pequim a negociar um novo acordo comercial. “O presidente quer fazer um acordo com a China, mas não sabe como começar. Se a China fizer um acordo, o presidente ficará afável”, declarou.
As novas tarifas se somam às já existentes e marcam uma escalada nas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, poucos dias após a China ter anunciado tarifas retaliatórias. A decisão ocorre em meio à pior queda nas bolsas asiáticas desde a década de 1990, impulsionada justamente pelas incertezas geradas pelas ações comerciais de ambos os países.
Karoline Leavitt explicou que as futuras negociações tarifárias seguirão o modelo "one-stop", ou seja, tratativas completas que vão além do comércio, incluindo temas como presença militar dos EUA e ajuda internacional. Segundo ela, aliados e parceiros estratégicos terão prioridade nas discussões.
Ela também confirmou que os Estados Unidos estão negociando tarifas com Israel, embora não tenha detalhado o teor dessas conversas. Sobre o Irã, Leavitt informou que negociações diretas estão previstas para sábado, mas não esclareceu se terão foco comercial ou diplomático.
O anúncio ocorre em meio ao endurecimento da postura de Trump em relação a países que, segundo ele, se aproveitam comercialmente dos EUA. A medida, no entanto, deve gerar reações no Congresso e entre líderes empresariais, preocupados com os efeitos da guerra comercial sobre a inflação e o mercado global.