Dourados
Flávio Verão
A Justiça de Mato Grosso do Sul decretou nesta terça-feira (8) a prisão preventiva do mecânico David Lopes Queiroz, envolvido no trágico acidente que matou quatro pessoas da mesma família na BR-060, entre Sidrolândia e Campo Grande, no último domingo (6).
A decisão foi tomada após análise do flagrante e da gravidade do caso. De acordo com o juiz Francisco Vieira de Andrade Neto, há indícios de que o motorista dirigia sob efeito de álcool e, possivelmente, também de cocaína, o que aumenta a necessidade de mantê-lo detido para garantir a ordem pública e a aplicação da lei penal.
“Tal circunstância, embora ainda dependa de apuração mais aprofundada no decorrer da instrução criminal, soma-se à gravidade concreta do fato, notadamente pelas consequências da conduta, que teria resultado em duas ou mais vítimas fatais”, afirmou o magistrado na decisão.
Segundo a Polícia Civil, David deu entrada no hospital com nome falso e apresentava sinais visíveis de embriaguez, como “hálito etílico, fala arrastada, uso de palavrões, comportamento não colaborativo e períodos de sonolência”. Diante do quadro, a polícia já havia solicitado sua prisão preventiva.
Ele permanece internado sob escolta policial e será encaminhado para o sistema prisional assim que receber alta médica.
Durante as investigações, a polícia ouviu o irmão do mecânico, Diego Lopes, que confirmou o uso de cocaína por parte de David antes do acidente.
O acidente tirou a vida de Drielle Leite Lopes, mãe de quatro crianças, e de três dos filhos: Helena, de 10 anos, João Lúcio, de 2 anos, e José Augusto, de apenas 3 meses. O pai das crianças, Oldiney Centurion Saraiva, e o filho mais velho, Otávio, de 12 anos, sobreviveram e continuam internados na Santa Casa de Campo Grande.
O impacto da colisão entre o Chevrolet Corsa conduzido por David e a picape da família foi tão forte que o Corsa pegou fogo, e o motorista foi arremessado para fora do veículo. Testemunhas relataram que o carro trafegava em alta velocidade e em zigue-zague momentos antes da tragédia.
O caso segue sendo investigado e pode levar a acusações de homicídio doloso, dada a gravidade das circunstâncias e os indícios de condução sob efeito de substâncias ilícitas.
