O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deflagrou nesta segunda-feira (27) a segunda fase da Operação Grilagem de Papel, com o cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva em Coxim, no norte de MS. A ação investiga um esquema de emissão fraudulenta de documentos para regularização fundiária.
Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), também foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e quatro de medidas cautelares. A operação é conduzida em conjunto com a UICC (Unidade de Combate aos Crimes Digitais e de Inteligência Cibernética) e a 1ª Promotoria de Justiça de Coxim.
Durante as diligências, os agentes apreenderam celulares e documentos ligados a processos de regularização fundiária urbana (REURB) e à transmissão de imóveis em nome dos investigados.
Três servidores públicos foram afastados de suas funções por suspeita de envolvimento nos crimes de corrupção ativa e iva, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, organização criminosa e outros delitos conexos.
Entre os presos está Rodrigo Ferreira Lima, ex-gerente de Tributos e Receitas da Prefeitura de Coxim, que já havia sido alvo da primeira fase da operação, deflagrada em novembro de 2024. Os demais detidos são servidores públicos afastados e um escrivão da Polícia Civil.
De acordo com as investigações, o grupo criminoso — composto por particulares e agentes públicos — fraudava a emissão de certidões de regularização fundiária de terrenos desocupados, mas com propriedade legalmente definida, burlando o processo exigido pela legislação.
Com as certidões falsas, os terrenos eram transferidos para os nomes dos próprios integrantes da organização, de familiares ou de terceiros que pagavam propina para obter os documentos.
O nome da operação, "Grilagem de Papel", faz referência à prática de se apropriar ilegalmente de imóveis mediante o uso de documentação fraudulenta.