João Augusto, de 21 anos, teria assassinado a companheira, de 29 anos, e a filha do casal, de apenas 10 meses, para não pagar pensão. Os corpos das vítimas foram encontrados carbonizados na manhã desta terça-feira (27), em uma área de matagal no bairro Indubrasil, em Campo Grande.
João foi preso enquanto registrava o desaparecimento das vítimas na 6ª Delegacia de Polícia Civil, no Jardim Tijuca. Equipe da DHPP (Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa) foi ao local e efetuou a prisão.
Ele disse à polícia que estava cansado do relacionamento e que não havia mais "química" entre ele e a companheira. Em seguida, revela que não queria arcar com as obrigações financeiras decorrentes da separação. “Eu cansei, sinceramente eu cansei do relacionamento e não queria pagar pensão”, declara.
Durante a gravação, um policial questiona: “Você matou sua filha para não pagar pensão?”. João responde que sua motivação teria sido uma influência externa: “Não foi para não pagar pensão, foi por causa da influência de uma mulher do trabalho”. Ao ser novamente indagado se essa mulher havia pedido que ele cometesse o crime, ele nega. O vídeo tem 39 segundos de duração.
Após ser detido, João foi levado para a sede da DHPP, onde o caso segue sob investigação. Em seu primeiro depoimento, ele itiu o crime e indicou que a motivação estaria ligada à recusa em assumir responsabilidades financeiras com a filha.
Na noite de segunda-feira (26), por volta das 23h, a Polícia Militar foi acionada após denúncias de incêndio em uma área de vegetação na Rua Desembargador Ernesto Borges. No local, os agentes encontraram os corpos em chamas. O Corpo de Bombeiros foi mobilizado para controlar o fogo.
Segundo o delegado Mateus Crovador, os corpos estavam em uma área isolada, no final de uma rua sem saída. “Nos deparamos com a vegetação em chamas e os corpos visivelmente carbonizados de uma mulher e uma criança. Já temos uma linha de investigação e estamos analisando imagens da região”, afirmou.
O delegado revelou ainda que a polícia já identificou o modelo do veículo que pode ter sido usado para transportar os corpos. “Acreditamos que o local foi usado apenas para ocultar os cadáveres. Não há, até o momento, sinais visíveis de perfurações, mas isso será confirmado pela perícia”, concluiu.