Os dados constam do mapa de monitoramento interativo da UNESCO
01/02/2021 14h00 - Por ONU
Um ano após o início da pandemia da COVID-19, mais de 800 milhões de estudantes – ou seja, mais da metade da população estudantil mundial – ainda enfrentam interrupções significativas na educação, que vão desde o fechamento de escolas em 31 países até os horários acadêmicos reduzidos ou de meio-período em outros 48 países.
Os dados constam do mapa de monitoramento interativo da UNESCO.
O mapa mostra que, em âmbito mundial, as escolas estiveram totalmente fechadas por uma média de 3,5 meses (14 semanas) desde o início da pandemia.
Esse número sobe para 5,5 meses (22 semanas) – o equivalente a dois terços de um ano acadêmico – quando se considera o fechamento localizado de escolas.
A duração dos fechamentos varia muito de região para região: na América Latina e no Caribe, a média é de até 5 meses (20 semanas) de fechamentos nacionais completos; na Europa, a média é de 2,5 meses (10 semanas) e, na Oceania, é de apenas um mês.
Variações regionais semelhantes são observadas quando se consideram os fechamentos localizados: a duração dos fechamentos completos e localizados, em média, excedeu sete meses (29 semanas) na América Latina e no Caribe, em comparação com a média mundial de 5,5 meses (22 semanas). No Brasil, as escolas ficaram fechadas por 40 semanas.
Os governos têm se esforçado para minimizar os fechamentos em âmbito nacional – no pico, em abril de 2020, eram 190 países, e agora, diminuiu para 30 o número de países favoráveis a fechamentos parciais e/ou locais.
Atualmente, as escolas estão totalmente abertas em 101 países.
Os fechamentos prolongados e repetidos de instituições de ensino estão causando um impacto psicossocial cada vez maior nos estudantes, e também estão aumentando as perdas de aprendizagem e os riscos de abandono escolar, além de afetarem os mais vulneráveis de maneira desproporcional.
O fechamento total das escolas deve, portanto, ser o último recurso, e reabri-las com segurança, uma prioridade.
Dados do Relatório de Monitoramento Global da Educação da UNESCO indicam que, mesmo antes da crise da COVID-19, apenas um em cada cinco países demonstrou forte compromisso com a equidade na educação por meio de seus mecanismos de financiamento, e há pouca evidência relacionada a uma forte abordagem de equidade nas respostas à COVID-19.
Nós precisamos de um pacote de recuperação com financiamento adequado para reabrir as escolas com segurança, que vise aos mais necessitados e coloque a educação de volta nos trilhos para a geração COVID-19.
Eu apelo aos países e aos parceiros para priorizar a educação, um bem comum mundial, em sua recuperação.
A celebração do Dia Internacional da Educação da UNESCO, em 25 de janeiro, pede pelo aumento e pelo melhor financiamento da educação, e chama atenção para o baixo nível de prioridade que é dedicado aos esforços de recuperação da educação.
Os dados da UNESCO mostram que o setor recebe apenas cerca de 0,78% dos pacotes de ajuda em todo o mundo. Além disso, a ajuda à educação deve diminuir em 12% como resultado da pandemia.
A pandemia também deve aumentar em um terço a lacuna de financiamento para a educação, chegando a 200 bilhões de dólares anuais em países de renda baixa e média, o que representa cerca de 40% do custo total.
O investimento inicial em programas de recuperação e restauração economizará dinheiro no futuro, reduzindo em 75% o custo de reparar os danos causados pela COVID-19.
Na Reunião Global de Educação, organizada pela UNESCO em outubro de 2020, governos e parceiros se comprometeram em proteger os orçamentos educacionais e focar a recuperação com a reabertura segura e inclusiva das escolas, além de apoiar o desenvolvimento das habilidades de professores e a conectividade para todos.
Para permitir um retorno seguro à escola, a UNESCO apelou para que 100 milhões de professores e educadores de todo o mundo tenham prioridade nas campanhas de vacinação.