A proposta foi apresentada, na terça-feira (13), aos bispos que seguem reunidos durante a 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que pela primeira vez é rea
15/04/2021 06h31 - Por CNBB
Promover o diálogo sobre a realidade educativa no Brasil, à luz da fé cristã. Este é um dos objetivos da Campanha da Fraternidade 2022 (CF), que terá como tema "Fraternidade e Educação" e como lema "Fala com sabedoria, ensina com amor" (cf. Pr 31, 26).
A proposta foi apresentada, na terça-feira (13), aos bispos que seguem reunidos durante a 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que pela primeira vez é realizada na modalidade online.
De acordo com o secretário executivo de Campanhas da CNBB, padre Patriky Samuel Batista, o caminho de construção da CF 2022 tem como uma das motivações a celebração dos 40 anos da Pastoral da Educação no Brasil, e o texto-base – documento que norteia as ações da Campanha da Fraternidade – e que segue em elaboração.
"Quando nós falamos da realidade educativa, tal realidade não se restringe ao ensino científico e técnico, mas o desejo é lançar o olhar sobre a educação de forma integral", afirmou.
Para que a Campanha da Fraternidade seja melhor desenvolvida, foram propostos sete objetivos específicos, que são: analisar o contexto da educação, bem como os desafios potencializados pela pandemia; verificar o impacto das políticas públicas na educação; identificar valores e referências da Palavra de Deus e da Tradição Cristã em vista de uma educação humanizadora; refletir sobre o papel da família, da comunidade de fé e da sociedade no processo educativo com a colaboração das instituições de ensino; incentivar propostas educativas que, enraizadas no Evangelho, promovam a dignidade humana, a experiência do transcendente, a cultura do encontro e o cuidado com a casa comum; estimular a organização do serviço pastoral junto às escolas, universidades, centros comunitários e outros espaços educativos; e promover uma educação comprometida com novas formas de economia, de política e de progresso verdadeiramente a serviço da vida humana, em especial, dos mais pobres.
Anualmente, os temas propostos pela Campanha da Fraternidade são trabalhados a partir do método "Ver, Julgar e Agir".
Em 2022 o "Ver" será na perspectiva de escutar; o "Agir" seguirá no caminho do propor; e o "Julgar" voltará o olhar para o discernimento.
"O desejo da equipe executiva e do que foi proposto pelos bispos tem em vista o que o Papa Francisco propõe no Pacto Educativo Global", disse o padre Patriky.
Além das ações próprias da Campanha da Fraternidade, os bispos deverão escrever uma carta aos educadores brasileiros.
"O Texto-base é fundamental, mas não é um texto que chega às famílias como um texto integral. Nós pensamos que seria oportuno que um grupo de bispos pudesse escrever uma carta aos educadores e às famílias, de modo que possa ser amplamente divulgada.
Não precisa ser um documento, mas uma carta que o Conselho Permanente, que será realizado em outubro, pudesse aprovar.
A sugestão tem como pano de fundo a palavra do episcopado para a Quaresma de 2022 sobre a importância da educação", afirmou o arcebispo de Montes Claros (MG) e presidente da Comissão Episcopal para a Cultura e Educação, dom João Justino.
O arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, destacou que é necessário dar espaço ao papel da família como base educacional.
"A família tem um papel importante na educação, papel que não é suprido na escola. Eu acredito que seja muito importante dar este espaço, porque a família foi sendo muito alijada, a educação vem sendo terceirizada", afirmou.
"Dentro da temática que foi proposta, eu vejo que é muito importante, porque hoje vemos uma educação bastante técnica e uma educação carente de valores.
A Campanha da Fraternidade sempre foi bem aceita nas escolas e nas universidades, que sempre solicitam material.
A educação está carente de valores humanitários e éticos que favoreçam os valores cristãos como nos pede o Papa Francisco", destacou o arcebispo de Santarém (PA), dom Irineu Roman.
É importante destacar que, no contexto atual, a pandemia é abordada por um eixo transversal, que pera por todos os objetivos propostos.
As contribuições apresentadas pelos arcebispos e bispos serão levadas, pelo padre Patrick Samuel, à equipe executiva da CF 2022.