Homens são um pouco mais resistentes à medida: 77,7% declararam usar sempre contra 81,5% das mulheres
11/05/2021 11h05 - Por IBGE
A cada cinco pessoas de 18 anos ou mais, quatro afirmaram, em 2019, usar sempre o cinto de segurança no banco da frente quando dirigiam ou andavam de automóvel.
Este índice, de 79,7%, é menor quando se considera o uso de cinto no banco de trás do carro: 54,6%.
Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde 2019 – Acidentes, Violência, Doenças Transmissíveis, Atividade sexual, Características do trabalho e Apoio social, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (07), e que tem parceria com o Ministério da Saúde.
Embora disseminado no país, o uso do cinto de segurança no banco da frente sofre importantes variações dependendo do recorte.
Homens são um pouco mais resistentes à medida: 77,7% declararam usar sempre contra 81,5% das mulheres.
A diferença no aspecto etário é ainda maior. Jovens usam menos o cinto no banco da frente, já que o menor percentual foi constatado entre pessoas de 18 a 29 anos, com 71,1%, e a maior taxa entre as pessoas de 60 anos ou mais, 84,8%.
No recorte por área, a distância se acentua. Na área urbana, 82,6% afirmaram adotar a prática, enquanto na área rural, a taxa cai para 61,1%.
Regionalmente, os menores índices foram no Norte (69,5%) e no Nordeste (69,7%), enquanto os maiores foram no Sudeste (85,4%), Sul (84,6%) e Centro-Oeste (81,8%).
"Há uma adesão consistente ao uso de cinto de segurança no banco da frente desde a implementação do Código de Trânsito Brasileiro, em 1997, quando ou a ser obrigatório.
No geral, as pessoas incorporaram esse hábito de segurança em seu cotidiano", afirma a analista da pesquisa, Flávia Vinhaes, ressaltando as diferenças nos recortes.
Já para o uso de cinto no banco de trás, a aceitação é menor. E o índice cai ainda mais na área rural (49,7% contra 55,4% na área urbana).
As diferenças regionais também são relevantes: a menor taxa é no Norte (43,4%) e a maior, no Sul (67,5%), uma diferença de mais de 20 pontos percentuais.
A pesquisa mostra também que, entre as pessoas que informaram dirigir motocicleta, 82,6% sempre usavam capacete.
O índice é mais alto na faixa de pessoas com maior escolaridade, chegando a 91,6% entre quem tem nível superior completo, ao o que entre aquelas sem instrução ou com fundamental incompleto é mais baixo (74,4%) do que a média nacional.
Assim como o uso do cinto, também há uma nítida distinção no hábito de utilização do capacete entre pessoas residentes na área rural (60,7%) e na urbana (89,2%).
Dentre as regiões, o Sul (95,7%), o Centro-Oeste (95,0%) e o Sudeste (94,4%) tiveram os maiores percentuais de uso do capacete. Já as regiões Norte (69,5%) e Nordeste (68,6%) registraram as menores proporções.
Mais da metade (59,5%) dos acidentes de trânsito que resultaram em lesões corporais foram com quem dirige moto.
Enquanto os automóveis responderam por 31,0% dos acidentes. Em 9,5% das vezes, o acidente ocorreu em outros meios de transporte, como bicicleta, ônibus ou caminhão.
Em 2019, cerca de 3,9 milhões de pessoas, ou 2,4% da população, afirmaram ter sofrido acidente de trânsito no período dos 12 meses anteriores à entrevista. No Norte (3,4%) e no Centro-Oeste (3,2%) o percentual é acima da média nacional.
Entre as pessoas que se envolveram em acidente de trânsito com lesão, quase metade (48,2%) deixou de realizar atividades habituais.
Já 60,6% receberam algum tipo de assistência de saúde devido ao acidente, enquanto 14,9% tiveram sequela física permanente em decorrência do acidente, dos quais a maioria eram homens (63,3% contra 36,7%).
"Os acidentes de trânsito são uma das principais causas de mortes no mundo. Portanto, são um problema de saúde pública.
As lesões decorrentes desses acidentes causam sequelas como incapacitação motora. É fundamental que as pessoas utilizem os equipamentos de segurança para reduzir esses impactos", diz Vinhaes.
Também de acordo com a pesquisa, 70% dos motoristas afirmam que nunca manuseiam o celular durante a direção.
No entanto 30% o faziam, seja raramente (13,9%), às vezes (10,6%), quase sempre (2,4%) ou sempre (3,1%), incorrendo em risco de acidente.
A PNS 2019 tratou, também, da segurança no trabalho e constatou que ocorrem menos acidentes desse tipo com as mulheres.
Em 2019, cerca de 2,6 milhões de pessoas acima de 18 anos, ou 2,6% das pessoas que trabalhavam na semana de referência, relataram ter sofrido algum acidente de trabalho. Desse total, mais que o dobro era de homens: 68,7% contra 31,3%.
Entre essas 2,6 milhões, 48% deixaram de realizar suas atividades habituais e 2,7% tiveram sequelas físicas permanentes em decorrência do acidente.